sábado, 27 de março de 2010
Um dia depois da vingança...
Lembro-me de como desejei este dia,este momento de vingar-me.
Lembro que calculei,idealizei passo-a-passo,como se daria este momento.
Ensaiei frases,sorrisos,sensações...
Ensaiei um levantar de sombrancelhas e olhos brilhando de contentamento.
Enquanto eu estava preso,nos porões dos meus sentimentos..
Enquanto as lágrimas escorriam quentes pelas dores que me causavam..
Enquanto as bofetadas ardiam ainda ,em uma face,e na outra que virei e ofereci...
Eu sonhava com este dia:o da vingança,
que cedo ou tarde chegaria...
Eu contei tudo o que me fizeram a Deus...
Falei pra Ele das cuspidas,e do vinagre que me deram a tomar quando tive sede...
Eu disse,que eram amigos meus,que ia comigo á Sua Casa,
Aqueles por quem orei,e castiguei-me com jejuns;
que me traíram,e viraram-me as costas...
Eu clamei por justiça,chorei,chorei,chorei...
O Senhor me entregou os inimigos,o Senhor me deu poder para feri-los,
O Senhor os colocou em desonra
mas....
um dia depois da vingança,
Eu ainda chorei.
Chorei por compaixão.
Chorei para que o Senhor deles retirasse a mão,
Pedi que encerrasse o caso...retirei a acusação.
Não quero sangue em meus dedos,não quero mágoa em mim,
Não quero o sentimento de culpa,não quero alegrar-me com o mal.
Não quero a gargalhada do desdém...
Não farei uso do ''bem-feito''
Minha alma abatida esta
pois enquanto a carne regozija-se na vingança,tudo o que ela quer
é o suave cheiro de perdão.
(poesia;reflexões de Alessandra Barcelos)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
SEM FRONTEIRAS
type
2 comentários:
Muito Bonito poema Ale.
bjim
Lindo, muito profundo
Postar um comentário