Quero desprender-me
despir a pretensão de ser alguma coisa
tirar todos os apetrechos que enfeitam minhas fraquezas
preciso olhar-me nu
sem nada que me distraia
nada que faça minha silhueta diferente do que é
nada que realce meus traços maquiando meus defeitos
preciso olhar-me nu
num lugar que não tenha glamour ou beleza
nem palco,ou jogo de luzes,sem um fundo musical
preciso olhar-me nu
me olhar tal qual eu sou
com todas as minhas fragilidades
com o que é ridículo ou belo
mas preciso me encarar assim
sem carteira ou bolso
sem talão de cheques
preciso olhar-me nu
sem um diploma ou um estatus
que me convença de que sou alguma coisa
preciso olhar-me nu
fóra do carro,sem o volante
no chão e não do avião que voa alto
preciso olhar-me nu
onde o silencio substitui lisonjas e aplausos
quando me dispo de tudo
só fico eu
homem nascido frágil
que se vestindo de orgulho esqueceu
que longe da graça de Deus,
não passa de um mero mortal
pobre,cego e nu
(poesias e reflexões de *Alessandra Barcelos)
Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.
Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.Apocalipse 3:17-19
Nenhum comentário:
Postar um comentário