quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Preciso olhar-me nu


Quero desprender-me
  despir a pretensão de ser alguma coisa
  tirar todos os apetrechos que enfeitam minhas fraquezas
  preciso olhar-me nu
  sem nada que me distraia
  nada que faça minha silhueta diferente do que é
  nada que realce meus traços maquiando meus defeitos
  preciso olhar-me nu
  num lugar que não tenha glamour ou beleza
  nem palco,ou jogo de luzes,sem um fundo musical
  preciso olhar-me nu
  me olhar tal qual eu sou
  com todas as minhas fragilidades
  com o que é ridículo ou belo
  mas preciso me encarar assim
  sem carteira ou bolso
  sem talão de cheques
  preciso olhar-me nu
  sem um diploma ou um estatus
  que me convença de que sou alguma coisa
  preciso olhar-me nu
  fóra do carro,sem o volante
  no chão e não do avião que voa alto
 preciso olhar-me nu
 onde o silencio substitui lisonjas e aplausos
  quando  me dispo de tudo
  só fico eu
  homem  nascido frágil
  que  se vestindo de orgulho esqueceu
  que longe da graça de Deus,
  não passa de um mero mortal
  pobre,cego e nu
(poesias e reflexões de *Alessandra Barcelos)

Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.
Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.Apocalipse 3:17-19

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