sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Cartas rasgadas


   Ah quantas cartas escrevi e rasguei na minha adolescência!
   Se alguém as lêsse,entenderia cada letra,cada palavra,cada frase,
   tamanha minha clareza,
   e apesar de tristes,eram belas cartas!
   Mas será que respeitariam meus sentimentos?
   Hoje ainda rasgo cartas escritas,
   ainda amasso e jogo no lixo as maiores revelações de mim mesma
   e das minhas tristezas;
   ainda evito que de todo me vejam
   pois alguns simplesmente mesmo  vendo,não enxergam,
   ou ainda enxergando,não se importam.
   Hoje ainda fico sem dar as explicações que esperam
   ainda fico muda quando aguardam um berro
   ainda me preservo.
   O tempo de silencio não me assusta
   quando estou em silencio,estou olhando pra dentro
   contando pra mim mesma,revendo as coisas,compreendendo
   quando pareço morta, estou me refazendo .
   Deixa as cartas amassadas..
   Deixa no lixo as confissões   
   Deixa as pessoas perguntarem o que quiserem
   só o tempo lhes dará as respostas,eu não.
   

Um comentário:

Fernanda Santiago Valente disse...

Nossa! Amo seus versos... somos todas assim... só o tempo mesmo para nos dar respostas!

te amo!

SEM FRONTEIRAS

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